Panagiota Axelithioti, Rachel S. Fisher 1, Emma J. S. Ferranti, and Andrew D. Quinn * Department of Civil Engineering, School of Engineering, University of Birmingham, Edgbaston, Birmingham B15 2TT, UK
Holly J. Foss * Birmingham Centre for Rail Research and Education, School of Engineering, University of Birmingham, Edgbaston, Birmingham B15 2TT, UK

Um grupo de professores e pesquisadores da prestigiada universidade de Birmingham, em Londres, na Inglaterra realizaram um estudo muito interessante ao fazerem a seguinte pergunta: "O que estamos ensinando aos engenheiros sobre mudanças climáticas?"
O resultado apresenta uma análise crítica da educação em engenharia em relação à crise climática, revelando que a formação acadêmica atual não está adequadamente alinhada com as necessidades urgentes de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
Aplicando a metodologia de avaliação chamada MACC (Mitigação e Adaptação às Mudanças Climáticas) na análise curricular dos departamentos de engenharias mecânica, civil e elétrica, os resultados mostraram que as descrições dos módulos e os objetivos de aprendizagem frequentemente não mencionavam o conteúdo relacionado ao MACC, evidenciando uma desconexão entre a educação em engenharia e a realidade climática atual.
Os autores consideram como urgente a necessidade de integração de temas MACC aos currículos de engenharia, sugerindo que os futuros engenheiros podem não estar preparados para enfrentar os desafios impostos pela mudança climática, o que é preocupante, dado o papel crítico que os engenheiros desempenham na redução das emissões de gases de efeito estufa e na adaptação das infraestruturas.
Os dados indicam ainda que muitos estudantes de engenharia não consideram as questões climáticas relevantes para sua educação, a menos que seus cursos incluam disciplinas específicas sobre engenharia ambiental. Fatores como a formação familiar, experiências educacionais anteriores e a motivação pessoal influenciam a percepção dos alunos sobre a importância das mudanças climáticas em sua formação profissional.
A pesquisa também aponta que a falta de conhecimento dos professores sobre mudanças climáticas nas escolas contribui para a dificuldade em ensinar esses temas. Mesmo em países com legislações avançadas sobre mudanças climáticas, como o Reino Unido, muitos educadores sentem que não receberam treinamento adequado para abordar o assunto em sala de aula.
Os autores sugerem que, à medida que a educação superior evolui, é crucial que os temas de MACC sejam incorporados de forma mais sistemática nos cursos de engenharia. Isso não apenas prepararia melhor os graduados para os desafios climáticos, mas também ajudaria a identificar lacunas de habilidades que ainda existem na indústria, garantindo que os engenheiros estejam equipados para contribuir efetivamente para a sustentabilidade e resiliência climática [2].
Em suma, a pesquisa evidencia a necessidade de uma reformulação significativa nos currículos de engenharia para incluir a educação sobre mudanças climáticas, preparando assim os futuros engenheiros para desempenhar um papel ativo na mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

Leia o artigo na íntegra em: https://doi.org/10.3390/educsci13020153